sábado, 23 de maio de 2015

Romances, Romances, novidades à parte!

Essa semana estava lendo um desses romances best-sellers para poder resenhar e me deparei com a mesma história clichê de sempre: Um amor proibido, um rapaz bonito, tem namorada, é indiferente as outras garotas até surgir ‘aquela’ garota que é nova na escola e muda todo seu limiar de vida. Aí vem o drama, mais drama e, ADVINHA?!! Mais drama; um final repleto de brigas e previsível. (Boring! Bléé) Sinto falta da originalidade dos romances, histórias pitorescas, visões diferentes do que é romance, cenários diversos. O fato é que: Romances, Romances, novidades à parte!.


Que não se fazem mais livros/romances como antigamente é inegável, mas também não podemos fechar os olhos para uma questão bem evidente: a sociedade não é a mesma, o perfil das pessoas muda. Minha crítica se baseia, no entanto, na ‘cultura da massificação’. Noto que grande parte dos romances não são histórias escritas pra marcar, histórias para a posteridade, são histórias baseadas em uma pauta imediatista, se tornam consumíveis (o que é lamentável!). Sinto falta de histórias mais criativas, romances com âmbitos diferentes, novidades.

O contraste com ‘os clássicos’ que mais me incomoda é a falta crítica social, os romances modernos se apresentam como “cutucadores de emocional”1, com histórias demasiadamente iguais, com roteiros previsíveis, que prendem a sua atenção, mas que não se fixam na sua subjetividade, “Como se nisto de amor e paixão já tudo tivesse sido dito e feito”2

Conforme assevera Pierre Daniel Hent no livro Tratado da origem dos Romances, o romance é um agradável divertimento dos preguiçosos honestos; e, particularmente, nunca vi tanta verdade nesta afirmação escrita a tanto tempo, mas que serve como uma luva.

Os livros tem se voltado muito para o público jovem, e o que esperar de um público que se atrela a cultura do ‘pegar’?(sem generalizações, por favor) Perdeu-se toda aquela aura que outrora tivera o público ao qual se destinava os antigos romances e mediante isso, os autores se veem em um impasse: “vender ou não vender, eis a questão!”. Só resta-lhes como já dizia Manuel Bandeira: “A onda, a onda anda. Aonde anda a onda? a onda ainda, ainda onda ainda anda. Aonde? Aonde? a onda, a onda”, isto é, só resta seguir o fluxo (piada interna,kkkk) e se atrelar a uma literatura fácil que dê conforto e estabilidade, com uma fetichização da técnica, lançando mão da autenticidade dos escritos e sendo 'malabaristas da produção editorial'.
Continuo em busca de mais romances realmente bem escritos, originais e apaixonantes.


1 http://blogliteraturando-se.blogspot.com.br/2014/12/forum-literario-nao-se-fazem-mais.html


2 http://almadeumaborboleta.blogs.sapo.pt/525957.html?mode=reply#reply


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