quarta-feira, 27 de abril de 2016

Yes, we can


Rotular é estigmar um paradigma pontual, seria estabelecer o que é ideal, o que é certo.  Mas a grande questão é quem somos nós para estabelecer esse tipo de coisa?
Algumas rotulagens me deixam bem pensativa e decepcionada:

DA SÉRIE “VOCÊ É LINDA, MAS...”

1.  Por que não emagrece?

Me chateia e me entristece as pessoas acharem que preciso ser magra pra ser feliz. Desde quando seu grau de felicidade é proporcional ao seu peso. O meu peso não é questão minha? Emagrecer é uma opção minha seja lá qual for o motivo, não necessariamente por estar com a autoestima baixa, ou coisa do gênero. Quando que as pessoas vão entender isso? Emagrecer para me achar MAIS bonita não quer dizer que eu seja feia, que você esteja feia. Quer dizer que você quer ficar melhor ainda.

2.  Por que não alisa o cabelo? É bem mais profissional

Me diga qual a relação do cabelo com a sua competências profissional? É certo que cada profissão exige uma vestimenta, uma aparência. Mas qual a razão do cabelo cacheado mostrar que você não é profissional? Ele faz parte da sua identidade. Se se sente feliz com ele ao natural, seja linda; se não se sente, alisa, seja linda da mesma forma.
Demorei um pouco a gostar do meu cabelo como ele é. Quando criança a tendência era sempre buscar alternativas para “baixar o volume”. Hoje, a meu ver, os cabelos cacheados mais bonitos são os volumosos. Por que preciso ficar refém de salão de beleza e química no cabelo, se posso ser livre? Livre da chapinha, da escova progressiva? Mas quero deixar claro que essa é a minha posição,  eu gosto do meu cabelo do jeito que ela está, mas cada um é cada um.
Não julgo quem faz esses tratamentos que eu supracitei, as pessoas precisam parar de querer impor o que é certo ou errado, o ser humano e capaz de decidir sozinho seus gostos, o ser humano é particular. Se um dia eu resolver alisar o meu cabelo, é uma escolha minha, só cabe a mim definir se quero, ou quando eu quero.

3.  Por que tá solteira?  Vai procurar um namorado

Essa é uma pergunta que mais me persegue:

“Tallyta, você é tão linda, inteligente, cadê teu namorado?”

Não entendi por que a exemplificação da completude, quer dizer, por que que pra vida estar completa é necessário um namorado. Não vejo o mínimo problema em ter um namorado, que isso fique bem claro, ao contrário, estamos aceitando currículos..kkk..  Mas qual a razão de não deixar o tempo agir como ele queira? Acredito que tudo tem a sua hora.
Pra ser bem sincera, nunca tive um namorado. Nunca tive uma vida em que estava namorando, mas posso dizer que a vida sem namorado não é ruim. Ainda não tenho pressa. Não sou o tipo de pessoa que sai por aí pegando geral, tem mil namorados, paqueras; nada contra, inclusive. Volto a repetir que cada um faz aquilo que lhe faz feliz.

DA SÉRIE “VOCÊ É...”

1.  Mulher pra casar

Quantas vezes já ouvi isso de amigos? Não consigo nem contar. Por que se prefiro passar meu tempo livre em casa, estudo feito uma condenada, não fico “curtindo a vida” por aí, sou o “tipo” pra casar? Será que se hoje resolver que quero ir pra balada, sair todo final de semana, começar a beber, deixo de ser o tipo certo pra casar? Sou melhor que alguém apenas por minhas preferências? “BELA, RECATADA E DO LAR”

2.  Muito inteligente e independente, isso assusta os homens

Acho que tenho que reformular essa frase, isso assusta os covardes, os inseguros. Acordem, pessoas! Século XXI! 2016!
É cada vez mais comum mulheres muito inteligentes e independentes. Isso realmente ainda assusta os homens? São tão inseguros assim? O máximo que pode acontecer, como em qualquer situação, é um não. Faz parte do dissabor do dia-a-dia

Quer dizer que tenho que escolher entre uma vida amorosa e o sucesso profissional? E ser quem eu sou, quem nós somos? Fortes, guerreiras e mulheres, acima de tudo? Preciso me fazer de frágil e meiga pra chamar atenção de alguém? Quanta maturidade