Hoje, meu irmão chegou em casa já bem transtornado
devido ao número de provas com alto grau de dificuldade que tem feito e começou
a gritar descontroladamente comigo, berrando, proferindo palavras de baixo calão;
tudo por que liguei pra ele e, segundo ele, poderia tê-lo prejudicado na prova.
Em minha defesa, ainda não adquiri dons para ver através de bolas de cristal. Se
seu irmão costuma chegar, no máximo, 18 horas e às 20h ainda não chegou, não viu
a mensagem que você mandou às 17; a reação mais lógica é ligar, ainda mais que
ele não avisou que a prova começava tarde, ou que poderia terminar tarde.
Sempre costumo falar que evito ficar mal-humorada
ou estressada em determinadas situações, por que minha beleza é superior. Essa
é uma verdade que embora nem sempre consiga cumprir, é um bom objetivo pra se
ter no caderninho.
Saber separar suas raivas, tratá-las,
moldá-las pode ser uma alternativa. É claro que existem momentos que não é possível
deixar de sentir, mas não vejo necessidade de emitir essa raiva, descontar em
terceiros.
A raiva é um sentimento que na maioria
das vezes vem atrelada a uma ação desproporcional, a falas desarrazoadas e sem
filtro e, a meu ver, se difere do mal humor. Existem pessoas que a sentem e
conseguem aproveitar de sua raiva para tomarem medidas melhores e evoluírem;
outras, se aproveitam da situação, esperneiam e sempre se acham no direito de
gritar com qualquer pobre ser humano, ou não humano, que cruze seu caminho.
No entanto, o que quero demonstrar é que
raiva é um sentimento pontual, que em dado momento se assemelha um balão que
devido ao tempo já não mostra a mesma vivacidade que outrora tinha quando recém
cheio; e que ao tentar estourar, você crava as unhas e aperta, nem sempre
estoura de pronto, mas com um pouco mais de pressão, ele sucumbe e estoura.
Estoura mesmo que haja uma criança que se assuste com o barulho e chore
procurando o colo de sua mãe, por exemplo.
Não estou dizendo que devemos reprimir a
raiva. Se ela existe, é por que há uma razão, ela é necessária para a nossa
saúde emocional. O que estou querendo é provocar uma reflexão sobre como podemos
tentar pensar antes da raiva nos levar a fazer coisas que possamos nos
arrepender.
Love,
Tallyta
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